Em face dos vários exemplos de banalização da atividade do Coaching Profissional, aliada à reverberação da mídia de comportamentos muito questionáveis dos autodenominados Coaches, instaurou-se nas empresas e associações formadoras, e no Senado, discussões sobre como proteger a população destes maus profissionais.
A ABRACEM, Associação Brasileira de Coaching Executivo e Empresarial, promoveu recente discussão sobre o tema, e gostaríamos por meio deste texto, contribuir para esta discussão de modo crítico.
Sobre requisitos mínimos de formação e padronização da prática
A ideia de que a regulamentação promoverá uma maior segurança a quem contrata o serviço se baseia na expectativa de que os interessados em exercer a atividade passem a atender a requisitos mínimos de formação e padronização da prática.
Vale lembrar que a formação de Coaches tem uma variação significativa em termos de tempo de estudo, conteúdo e condições de certificação.
Nossa visão é completamente a favor da dedicação e formação constante do Coach, mas abaixo colocamos algumas questões que ainda seriam obstáculos a superar, no intuito de aprofundarmos a compreensão do tema.
A autonomia do cliente na escolha do profissional
Em primeiro lugar, a exemplo do que podemos observar nas atuais profissões regulamentadas por leis e conselhos, não parece haver uma forma de evitar más práticas e profissionais, a não ser pela própria seleção feita pelos potenciais clientes. Há uma responsabilidade ao escolher um profissional especializado – e desde sempre vivemos as consequências de nossas escolhas.
No caso específico do Coaching Profissional, várias questões se apresentam, tais como:
- Diversidade de estilos e técnicas,
- Custos e complexidade da regulamentação,
- Autonomia do cliente em escolher,
- Falta de consenso sobre o que é Coaching,
- Dificuldade de acordar critérios para uma profissão internacional.
Estamos apenas no começo dessa discussão
No geral, embora possa haver benefícios em regulamentar a profissão de coaching profissional, também existem desvantagens e desafios significativos que devem ser cuidadosamente considerados antes de implementar quaisquer medidas regulatórias.
A ABRACEM espera e contribui para que os rumos desta discussão sejam orientados à atuação ética, capacitada e criteriosa.
Estamos à disposição para apresentar aos interessados nossas visões sobre a prática – para que a escolha pelo Coach Profissional seja bem-informada e resulte em trabalho adequado e produtivo.